quinta-feira, 29 de julho de 2010

Será que eu posso arrancar a minha alma e guardar em um pote qualquer? Porque o meu coração dói, mas é na alma que vão ficar as pegadas. Meu coração doerá por muito tempo, mas é questão de tempo, feridas costumam cicatrizar… Mas ainda tenho de me preocupar com aquelas malditas pegadas da alma, certo? Preocupar-me com o fato que, de vez em quando, vou querer voltar a me sentir como costumava, vou querer sentir o amor florescer e me fazer arrepiar os pelos do braço, vou querer aqueles lábios colados no meu e aqueles braços abraçando o meu corpo. Não quero concertar nada, queria uma borracha especial para apagar essas pegadas e só. Eu nunca exigi nada da vida, cheguei a pedir e fui atendida com delicadeza nessas raras vezes, eu nunca quis o mal de ninguém, eu nunca proporcionei mal algum nem a uma formiga, e de repente, no meio de tantas pessoas, logo eu vejo a casa cair. É complicado, mas chega a ser um pouco compreensível, as coisas não dão certo para todo mundo e eu tenho que ser um pouco mais egoísta. Eu tenho que pensar “E quanto a mim?”. E essa é a hora em que as feridas cicatrizam, quando meu orgulho e meu egoísmo assumem os controles. Mas e as pegadas? Acostumo-me com elas? Malditas pegadas da alma, malditas que irão me enlouquecer.

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